domingo, 13 de julho de 2008

Adeus Cidade!

Já dentro do carro não pude conter minha curiosidade.
- Andrézinho..
- O que você quer agora - disse ele sorrindo para mim. Ele gostava de mim, era um amigo único.
- O que ela lhe disse? Só isso?
- Ok, ok menina. Ela contou que vocês passaram a noite juntas..
Alegrei-me.
- E para você aumentar este sorriso bobo, ela disse que foi uma das melhores vezes.
Não contive minha felicidade. Ela gostava de mim, disso eu sabia. E ontem, era impossível ela não ter gostado...
- Agora pare de se achar, ok?
- Mas ela lhe contou que foi embora sem me dizer nada?
- Ela me disse muitas coisas, mas assim como não contei a ela sobre sua ida e mantive o segredo, não vou lhe dizer mais nada, e agora me deixe dirigir - ainda continuava sorrindo.
- André, você realmente é um crápula. Fala logo o que ela te disse, poxa, você não tem coração mesmo? Eu estou indo embora.
- Está nada - interrompeu-me - Querida, deixa eu te contar uma coisa que pode ser que você ainda não saiba. - fez um silêncio de suspense - A capital não fica em outro planeta. - soltou uma gostosa gargalhada.
- André..
- É sério minha querida, vocês podem se encontrar sempre que quiserem.
- Mas você sabe que a faculdade dela é longe, e de lá até a minha leva muitas horas...
- E? Isso não quer dizer nada.. O grande problema é qual das duas você vai querer.
- Você é muito engraçadinho ?
- Sou realista minha querida. Até eu acho a Lu estonteante.
Deixei escapar um sorriso.
- Então vocês transaram na minha excelentíssima cama sem a minha autorização? Exijo detalhes.
- Nós nem fizemos nada..
- Acredito.
- Prometi guardar segredo - devolvi.
- Ok, ok. Não está mais aqui quem perguntou. Mulheres...
Dei um soquinho de leve no seu ombro. Ia sentir saudade da maneira que ele encontrava para resolver os prolemas.
Chegamos à rodoviária, mas ainda não estava acreditando que iria embora. Mal deu tempo de retirar as bagagens do carro, o ônibus já estava aguardando os passageiros.
Dei mais um abraço no André, agradeci a ele por tudo que ele sempre fez por mim e pela Patrícia.
- Menina, você sabe que mora no meu coração purpurinado para sempre ? - disse ele me estendendo os braços para mais um abraço apertado.
- E você também, vê se vai lá me visitar, já que não vou para outro planeta.
Despachei minhas bagagens. Olhei mais uma vez para a rodoviária. Essa cidadezinha nunca foi minha mesmo. Nunca pertenci a ela. Mas eu iria sentir falta de algumas coisas.. Principalmente dessas pessoas, André, Patrícia e porque não da Luciana também.. Pessoas que fizeram da minha vida algo real, não só expectativas. Estava esperando que a Patrícia aparecesse. Ela não precisava me dizer nada, bastava aparecer para eu poder ver seu rosto mais uma vez.
- Moça, está na hora - disse o motorista - garanto que seu namorado vai lhe esperar voltar - sorriu se referindo ao André.
Inevitável rir. Este ainda não sabia do André.
- E você, minha primeira dama - disse o André entrando na onda do motorista - cuide-se bem, ok? Estou de olho em você. Você sabe que eu não vou aprontar por aqui, vou trabalhar com o Beto em casa, nem vou sair lhe aguardando voltar. E me abraçou mais uma vez. - Isso aqui é para você. Mandaram lhe entregar - disse cochichando no meu ouvido.
Subi as escadas do ônibus. Abri o envelope que André havia me dado. Era a letra de Patrícia.

2 comentários:

Dani disse...

E o que dizia a carta?!rsrs

Carioca disse...

Adorei teu blog, adoro esse suspense pro próximo post. Vou voltar,ok?