quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

De um lado para o outro.

Apertei sua mão, para ter certeza de que estávamos de mãos dadas. Ela retribuiu em certa forma carinhosamente. Suspirei fundo, ainda olhando para ela. Ela apenas retribuía. E mesmo com tantas caipirinhas, o álcool não diminuíra minha ansiedade por estar segurando sua mão. A porcaria daquela caipirinha não me fazia mais valente perto de Yumi, não me dava coragem necessária para atitudes. Precisaria de mais. Mas decidi: sem pensar. Parar de pensar no que poderia acontecer no três. E quando desse o 3, fazer alguma coisa. Fechei os olhos. Talvez fechar os olhos não fosse o melhor começo, pois tudo começara a rodar bruscamente. Abri. Dane-se a contagem regressiva.
Puxei sua mão, num embalo virando meu corpo de frente para o dela. Não saberia dizer se ainda havia música na sala, se ainda existiam pessoas dançando ao nosso redor. Yumi permaneceu escorada na parede me olhando. Nossas mãos permaneceram entrelaçadas. Ignorei todos os avisos de “não faça isso” vindos do resto da minha consciência.
Coloquei meu corpo para mais próximo dela, empurrando-a de leve ainda mais contra a parede. Sua mão me apertava com mais força conforme me aproximava.
Ignorei tudo, menos o que não deveria ignorar. Minha vontade de beijá-la.
Aproximei minha boca da sua de maneira constante, sem parar, mesmo com as insistentes vozinhas vindas da minha mente “não caga com tudo, não faz merda, não estraga nada” e “foda-se, beija logo porra”.
Encostei meus lábios nos seus. Sua mão me apertava com mais força ainda. Ignorei. Ignorei todo o resto.

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