sábado, 21 de junho de 2008

Patrícia e eu

- Então você já tinha tudo planejado é? - levantando-se da cama e passando suas mãos pela minha cintura.
Eu não respondi. Palavras são desnecessárias em certos momentos. Empurrei-a para a cama.
Ela estava deslumbrante. Como havia saído do trabalho e vindo direto para cá, ainda estava com o uniforme. Ela de camisa ficava absurdamente sexy. Começamos a nos beijar e não resisti, desci minha mão pela sua barriga e coloquei-a embaixo da camisa, sentindo que ela se arrepiara. Mas a camisa era justa de mais e não acompanhava meus movimentos, que insistiam em continuar subindo. Após mais um longo beijo, abri meus olhos e os dela ainda permaneciam fechados. Tinha um leve sorriso no canto da boca. Tanto tempo eu fiquei sem ele. Quanta falta ele me fez. Comecei a beijar o seu pescoço enquanto minhas mãos iam desabotoando sua blusa. Senti o seu sorriso nos nossos beijos. Ela estava com o sutiã que eu havia dado para ela.
- Eu também tinha os meus planos - falou esperando a minha reação.
Eu simplesmente ficava louca quando ela usava ele. Preto e liso. O contraste perfeito com sua pele branquinha. É humanamente impossível ficar apenas olhando para o desenho do seu corpo, mas também é impossível não repará-lo. Desde pequena, ela se achava o patinho feio da rua, sempre jogando futebol entranhada no meio dos meninos. Nunca ninguém dava valor a sua beleza. Nunca ninguém reparava no seu sorriso, no seu jeitinho de morder os lábios quando queria alguma coisa. Mas esse "problema" segundo a sua mãe denominava o futebol, se tornou em uma arma infalível para a sua beleza. Ainda praticante de esportes, o seu corpo a cada dia ficava mais lindo. E mesmo suada após os jogos, continuava provocante na simplicidade dos seus movimentos. Por sempre se achar inferior aos outros, não se dava conta que aquele patinho feio havia se tornado numa linda mulher. Não percebia os vários olhares que a acompanhava quando passava pelas pessoas. Talvez esse fosse seu ponto fraco, seu segredo. No dia em que se desse conta da sua beleza, perderia a sua magia. Na verdade as situações, piadas, músicas, momentos e beijos são muito mais gostosos quando são inesperados. Ela é assim. Surpreendente. Cada nova descoberta que ela faz de si mesma, é mais um motivo para se apaixonar por ela. A sua ingenuidade é apaixonante. Mas a sua beleza não transparece para ela mesma, pois toda a Patrícia se esconde atrás de sua timidez. Por ser gay, sempre se achou no "dever" de não aparecer muito. Já eu, sempre me achei na "obrigação" de fazer alguma coisa para mudar isso. Mas a situação que mais me interessava no momento era ver ela deitada, me olhando, calculando com os olhos cada novo movimento que eu fazia. Fui beijando seu colo nu, abrindo seu sutiã devagarzinho (confesso que nunca me dei bem com ele, a Ana Carolina que me perdoe repetir suas palavras sem autorização prévia, mas "mulher, melhor sem sutiã", ele só atrapalha). E lá estavam eles, seus seios perfeitos me aguardando depois de tanto tempo. Mordi, lambi, chupei, e ela gemeu, tremeu e me puxou mais forte. Quando ficamos muito tempo sem sexo parece que temos nossas sensações dobradas, mas quando essa falta é com a pessoa que gostamos, os sentidos e suas respostas vêm com a tríplice força. No êxtase de sentir o seu gosto, abri o zíper da sua calça e com a mesma facilidade, a retirei. Ela me virou, subiu em cima de mim e me trancou com suas coxas fortemente presas nas minhas.
- É minha vez - disse baixinho ao pé do meu ouvido. Beijando minha barriga, foi retirando lentamente minha blusa. Quando sua pele nua encostou-se à minha tive a melhor sensação do mundo percorrendo pelo meu corpo inteiro. Com uma sessão de longos beijos molhados e mordidas, as nossas roupas já estavam atiradas para qualquer canto do quarto. Ah esse quarto!, como havia feito companhia para nós. Do primeiro beijo a última transa. Sua mão não se conteve e desceu pelo meio das minhas pernas, mas sem entregar o ouro, ficou apenas naquele - vai-não-vai esperando meu pedido. Ela gostava desses joguinhos. Sempre me chamou de "homenzinho", pela rapidez com que as coisas aconteciam comigo. Aprendi com ela que sexo não é só mão aqui e ali, acabou, boa noite, passar bem. Aprendi a ter mais calma, a curtir mais os momentos. Mas aquilo já era tortura. Ela se divertia com isso. Se divertia ao me ver implorando pelo seu toque. Então ela cedeu meus pedidos silenciosos, desceu novamente sua mão e pude sentir a segunda melhor sensação da noite, sua mão encostando em mim, no único lugar onde não existiam mentiras, que era impossível "dizer" que eu não era dela, que eu não a desejava loucamente...

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