Dezembro estava quase acabando quando decidimos ir ao cinema em uma tarde ensolarada, pois em ambas as casas tinham visitas. Fomos supostamente assistir a um filme infantil, contando conosco havia 5 pessoas na sala. Sentamos lá no fundo onde pode tirar a divisória do banco. Naquele dia eu estava com mais vontade do que o normal de Patrícia. Eu precisava, eu queria. Não sabia direito o que nem como, mas tinha certeza de que queria, e muito.
Ao sentarmos, passei meu braço esquerdo sobre o seu ombro e assim ficamos abraçadas assistindo o filme que não me recordo o nome. Entediada pelo filme e atordoada por Patrícia estar ao meu lado, pertinho de mim coloquei minha boca perto da sua orelha.
- Você está linda - falei baixinho e fui beijando sua orelha descendo pelo seu pescoço. Ela se arrepiara.
Com a minha mão direita encostei na sua coxa. Envolvida pela excitação que isso me causava fui passando minha mão em direção ao seu ventre. Delicadamente Patrícia repousou sua mão sobre a minha. Mas meu desejo de tocá-la era mais forte. Continuei subindo até encaixar minha mão no meio de suas pernas. Ela mordeu o lábio inferior. Mesmo com ela vestindo uma calça jeans que dificultava qualquer tentativa mais profunda de toque, continuei acariciando-a, ganhando maior intensidade conforme sua respiração acelerava. Sentia o calor do seu corpo em meus dedos, aquilo era muito prazeroso, apesar de desconhecido.
- Pára Manu - falou tentando conter seu rosto que revelava seu gozo pela situação - eu vou ganhar um treco aqui!
Sorri maliciosamente para ela. Queria beijá-la, mas as luzes acenderam. O filme acabara e eu não havia conseguido terminar o que me propunha. Fazer ela sentir o que eu sentia quando ficava perto dela. Um clima diferente pairava no ar. Algo além de um namoro de andar por aí de mãos dadas e olhar filme da Sessão da Tarde. Voltamos para casa assim, sem falar nada, apenas com um sorriso querendo desabrochar no canto da boca.
Quando cheguei em casa, tentei inutilmente subir sem ser notada, mas minha tia me chamou na cozinha.
- Manuela, isso é jeito de tratar as visitas? Nem vai cumprimentá-la?
- Desculpa Dona Mirian, eu nem vi a senhora. Tudo bem?
- Tudo ótimo minha filha - disse ela levantando-se para me beijar. Essa senhora gostava de mim, sempre que vinha em nossa casa me trazia um saquinho com marshmallows coloridos. Não sabia de onde ela tirara que eu gostava deles, mas como eram docinhos eu comia com o maior agrado.
Ela me falara que tinha um presente para mim em cima da minha cama. Subi com a certeza de que eram os marshmallows. Mas quando entrei no quarto vi que em cima da cama estava apenas um envelope amarelo. Abri-o cautelosamente para não rasgá-lo. Dentro havia uma passagem de avião para o Rio de Janeiro, com uma revista de lugares para visitar e itinerário de um mês na cidade maravilhosa. A passagem era para a semana que vem.
Desci as escadas sem entender o que queria dizer aquilo.
- Dona Mirian, essa passagem é de verdade? - perguntei num tom de brincadeira.
- Claro que sim minha filha, gostou da surpresa que resolvi dar a vocês duas?
- Duas?
- É sim, sua tia também vai para lá.
Me explicou demoradamente que era um passeio da paróquia, que haviam conseguido um desconto nas passagens e que ela resolvera comprar pois minha tia sempre se queixava que nunca parava de trabalhar. Disse que era um presente muito caro, que não poderia aceitá-lo, mas minha tia chamou minha atenção imediatamente me chamando de mal educada, quase retruquei que fora ela que me educara. Fui dormir pensando nessa viagem repentina. Não queria por hipótese nenhuma ficar tanto tempo longe de Patrícia.
No dia seguinte não falei nada para ela, notando minha expressão preocupada no rosto, me preguntou se havia acontecido alguma coisa. Provavelmente pensara que eu havia me arrependido da tarde anterior. Disse que estava com dor de cabeça apenas e que nesse dia não poderia almoçar na sua casa, que iria fazer umas coisas para a minha tia. Talvez eu estivesse sendo grosseira com ela, mas preferia acreditar que conversando com minha tia eu poderia ficar em casa, enquanto ela viajava. Cheguei em casa sem fome. Pedi a ela para conversarmos. Mal havia tocado no assunto e ela já me proibiu peremptoriamente de ficar em casa durante a viagem. Disse novamente que seria uma falta de educação para com a Dona Mirian e que fecharia com as férias de verão. Fim de papo. Argumentei inutilmente para a parede, pois ela me deixara falando sozinha. No dia seguinte era sexta-feira e como sempre fazíamos almoçamos no restaurante de sua tia. Depois do almoço fomos para a minha casa. Minha tia não estava, havia saído atrás de novas roupas para ela, afinal iríamos para o Rio de Janeiro, a tal cidade maravilhosa que de maravilhosa não tinha nada, pensei raivosa. Fomos diretamente para o meu quarto. Ela ligou a televisão e deitou-se na minha cama, fazendo um gesto para que me deitasse ao seu lado.
- Eu te conheço muito bem Manu - disse passando sua mão pelo meu rosto - o que aconteceu?
Vendo meu silêncio continuou - foi por causa do que aconteceu no cinema né? Você.. você achou estranho, tudo bem, a gente não precisa.. - interrompi sua fala com um beijo.
- Preciso te contar uma coisa, duas na verdade.
- Ai que medo - falou brincando.
- Mas primeiro tenho um presente para você.
- Comprei isso para você - entreguei um pacote em prata. Era um ursinho de pelúcia, segurando um coração escrito "Eu te amo" - brega. Mas dentro do coração havia chocolates, ele podia soltar-se do ursinho.
- O coraçãozinho sai - falei fitando-a. Ela estava com um sorriso de orelha a orelha - assim você não precisa ficar escondendo ele e pode dormir com ele abraçada, como se fosse eu - brega².
Ela pulou em meus braços. Com os olhos cheios d'água disse que ela sempre quisera ganhar um ursinho de alguém.
- Ainda mais de você, que é tão especial para mim - falou me beijando. - O que você queria falar?
- A primeira coisa..
- Hm - sua expressão ficara mais séria.
- É que eu estou completamente apaixonada por você - sorri inocentemente - brega³.
- Eu não consigo mais ficar longe de você Pati.
- Mas você não está assim comigo - me puxando para mais perto dela - pertinho de mim?
Seu olhar estava radiante. Seu sorriso brilhava.
- A segunda coisa é que quarta..
- Você não gostou né? - falou fazendo beicinho.
- Não! Não é isso. Depois daquilo - sorri - quando cheguei em casa a Dona Mirian estava aqui.
- E o que tem ela?
- Ela me trouxe um presente.
- Eu quero os marshmallows! - riu ela - dessa vez você não comeu tudo sozinha, é gulosa?
- Foi outro presente.
Mostrei a ela o envelope. Ela leu tudo com atenção.
- O que é isso?
- Uma passagem para o Rio.
- Eu sei Manu. Mas isso quer dizer que você vai viajar?
- Sim, eu tentei dizer para a tia Med que eu não queria mas ela me obrigou a ir. Você viu a data? Semana que vem eu viajo.
- Mas e a gente? - falou enquanto me abraçava forte.
- Eu não sei minha linda.. Eu não sei.. Mas não vamos pensar nisso, né? Um mês passa rapidinho.
- Passa? Você comeu o que de almoço? Como vou ficar longe de você um mês? Me diz, como?
E me puxava mais. Ficamos abraçadas o resto da tarde.
- Eu não quero você triste, ok? Não deixo você ficar - sorri.
- Mas...
- Mais nada. Gostei do cinema - mudei de assunto para ela não voltar a chorar - o filme foi bem legal né?
- Que filme? - sorriu ela maliciosamente.
Ficamos nos olhando durante um longo tempo.
- Posso te pedir uma coisa?
- Claro - falei enquanto passava minhas mãos nas suas costas.
- Deixa eu dormir aqui com você hoje?
- E pra isso precisa perguntar?
Ao sentarmos, passei meu braço esquerdo sobre o seu ombro e assim ficamos abraçadas assistindo o filme que não me recordo o nome. Entediada pelo filme e atordoada por Patrícia estar ao meu lado, pertinho de mim coloquei minha boca perto da sua orelha.
- Você está linda - falei baixinho e fui beijando sua orelha descendo pelo seu pescoço. Ela se arrepiara.
Com a minha mão direita encostei na sua coxa. Envolvida pela excitação que isso me causava fui passando minha mão em direção ao seu ventre. Delicadamente Patrícia repousou sua mão sobre a minha. Mas meu desejo de tocá-la era mais forte. Continuei subindo até encaixar minha mão no meio de suas pernas. Ela mordeu o lábio inferior. Mesmo com ela vestindo uma calça jeans que dificultava qualquer tentativa mais profunda de toque, continuei acariciando-a, ganhando maior intensidade conforme sua respiração acelerava. Sentia o calor do seu corpo em meus dedos, aquilo era muito prazeroso, apesar de desconhecido.
- Pára Manu - falou tentando conter seu rosto que revelava seu gozo pela situação - eu vou ganhar um treco aqui!
Sorri maliciosamente para ela. Queria beijá-la, mas as luzes acenderam. O filme acabara e eu não havia conseguido terminar o que me propunha. Fazer ela sentir o que eu sentia quando ficava perto dela. Um clima diferente pairava no ar. Algo além de um namoro de andar por aí de mãos dadas e olhar filme da Sessão da Tarde. Voltamos para casa assim, sem falar nada, apenas com um sorriso querendo desabrochar no canto da boca.
Quando cheguei em casa, tentei inutilmente subir sem ser notada, mas minha tia me chamou na cozinha.
- Manuela, isso é jeito de tratar as visitas? Nem vai cumprimentá-la?
- Desculpa Dona Mirian, eu nem vi a senhora. Tudo bem?
- Tudo ótimo minha filha - disse ela levantando-se para me beijar. Essa senhora gostava de mim, sempre que vinha em nossa casa me trazia um saquinho com marshmallows coloridos. Não sabia de onde ela tirara que eu gostava deles, mas como eram docinhos eu comia com o maior agrado.
Ela me falara que tinha um presente para mim em cima da minha cama. Subi com a certeza de que eram os marshmallows. Mas quando entrei no quarto vi que em cima da cama estava apenas um envelope amarelo. Abri-o cautelosamente para não rasgá-lo. Dentro havia uma passagem de avião para o Rio de Janeiro, com uma revista de lugares para visitar e itinerário de um mês na cidade maravilhosa. A passagem era para a semana que vem.
Desci as escadas sem entender o que queria dizer aquilo.
- Dona Mirian, essa passagem é de verdade? - perguntei num tom de brincadeira.
- Claro que sim minha filha, gostou da surpresa que resolvi dar a vocês duas?
- Duas?
- É sim, sua tia também vai para lá.
Me explicou demoradamente que era um passeio da paróquia, que haviam conseguido um desconto nas passagens e que ela resolvera comprar pois minha tia sempre se queixava que nunca parava de trabalhar. Disse que era um presente muito caro, que não poderia aceitá-lo, mas minha tia chamou minha atenção imediatamente me chamando de mal educada, quase retruquei que fora ela que me educara. Fui dormir pensando nessa viagem repentina. Não queria por hipótese nenhuma ficar tanto tempo longe de Patrícia.
No dia seguinte não falei nada para ela, notando minha expressão preocupada no rosto, me preguntou se havia acontecido alguma coisa. Provavelmente pensara que eu havia me arrependido da tarde anterior. Disse que estava com dor de cabeça apenas e que nesse dia não poderia almoçar na sua casa, que iria fazer umas coisas para a minha tia. Talvez eu estivesse sendo grosseira com ela, mas preferia acreditar que conversando com minha tia eu poderia ficar em casa, enquanto ela viajava. Cheguei em casa sem fome. Pedi a ela para conversarmos. Mal havia tocado no assunto e ela já me proibiu peremptoriamente de ficar em casa durante a viagem. Disse novamente que seria uma falta de educação para com a Dona Mirian e que fecharia com as férias de verão. Fim de papo. Argumentei inutilmente para a parede, pois ela me deixara falando sozinha. No dia seguinte era sexta-feira e como sempre fazíamos almoçamos no restaurante de sua tia. Depois do almoço fomos para a minha casa. Minha tia não estava, havia saído atrás de novas roupas para ela, afinal iríamos para o Rio de Janeiro, a tal cidade maravilhosa que de maravilhosa não tinha nada, pensei raivosa. Fomos diretamente para o meu quarto. Ela ligou a televisão e deitou-se na minha cama, fazendo um gesto para que me deitasse ao seu lado.
- Eu te conheço muito bem Manu - disse passando sua mão pelo meu rosto - o que aconteceu?
Vendo meu silêncio continuou - foi por causa do que aconteceu no cinema né? Você.. você achou estranho, tudo bem, a gente não precisa.. - interrompi sua fala com um beijo.
- Preciso te contar uma coisa, duas na verdade.
- Ai que medo - falou brincando.
- Mas primeiro tenho um presente para você.
- Comprei isso para você - entreguei um pacote em prata. Era um ursinho de pelúcia, segurando um coração escrito "Eu te amo" - brega. Mas dentro do coração havia chocolates, ele podia soltar-se do ursinho.
- O coraçãozinho sai - falei fitando-a. Ela estava com um sorriso de orelha a orelha - assim você não precisa ficar escondendo ele e pode dormir com ele abraçada, como se fosse eu - brega².
Ela pulou em meus braços. Com os olhos cheios d'água disse que ela sempre quisera ganhar um ursinho de alguém.
- Ainda mais de você, que é tão especial para mim - falou me beijando. - O que você queria falar?
- A primeira coisa..
- Hm - sua expressão ficara mais séria.
- É que eu estou completamente apaixonada por você - sorri inocentemente - brega³.
- Eu não consigo mais ficar longe de você Pati.
- Mas você não está assim comigo - me puxando para mais perto dela - pertinho de mim?
Seu olhar estava radiante. Seu sorriso brilhava.
- A segunda coisa é que quarta..
- Você não gostou né? - falou fazendo beicinho.
- Não! Não é isso. Depois daquilo - sorri - quando cheguei em casa a Dona Mirian estava aqui.
- E o que tem ela?
- Ela me trouxe um presente.
- Eu quero os marshmallows! - riu ela - dessa vez você não comeu tudo sozinha, é gulosa?
- Foi outro presente.
Mostrei a ela o envelope. Ela leu tudo com atenção.
- O que é isso?
- Uma passagem para o Rio.
- Eu sei Manu. Mas isso quer dizer que você vai viajar?
- Sim, eu tentei dizer para a tia Med que eu não queria mas ela me obrigou a ir. Você viu a data? Semana que vem eu viajo.
- Mas e a gente? - falou enquanto me abraçava forte.
- Eu não sei minha linda.. Eu não sei.. Mas não vamos pensar nisso, né? Um mês passa rapidinho.
- Passa? Você comeu o que de almoço? Como vou ficar longe de você um mês? Me diz, como?
E me puxava mais. Ficamos abraçadas o resto da tarde.
- Eu não quero você triste, ok? Não deixo você ficar - sorri.
- Mas...
- Mais nada. Gostei do cinema - mudei de assunto para ela não voltar a chorar - o filme foi bem legal né?
- Que filme? - sorriu ela maliciosamente.
Ficamos nos olhando durante um longo tempo.
- Posso te pedir uma coisa?
- Claro - falei enquanto passava minhas mãos nas suas costas.
- Deixa eu dormir aqui com você hoje?
- E pra isso precisa perguntar?
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