sexta-feira, 28 de agosto de 2009

I don't even like it.

- Manu o que você ta fazendo? - sua voz era alta, volume máximo, me irritou naquele mesmo instante.
- Estava dormindo Renata, até você me ligar e começar a gritar no telefone - falei com a voz pastosa ainda de sono.
- Mas hoje é sexta!
- Eu sei - falei irritada.
- Mas você está sozinha aí?
- Não, a Carol veio dormir aqui comigo.
- Ta ficando com a Carol? Mas ela não estava ficando com a Marta?
- Não!
- Ela ta ficando com você?
- Não Renata, ela veio aqui dormir, só isso. Conversamos até pegarmos no sono. Aliás, que horas são hein?
- É cedo, meia noite passada.
- Hmm - meus olhos estavam pesados, queria continuar a dormir.
- Vamos sair?!
- Não Renata eu vou dormir.
- Eu to passando aí agora, ta?
- Não, eu quero dormir.
- Em dez minutos eu chego aí!
- Renata...
Ela desligou o telefone. Olhei para a cama de Débora e Carol permanecia dormindo. Talvez não estivesse ouvido quando eu falara com Renata. Até porque quem estava gritando era ela e não eu. Fechei novamente meus olhos, e depois de uma eternidade ouvi meu celular tocando novamente.
- Acorda Manu!!!
- Oi.
- Que voz de sono é essa?
- Eu estava dormindo, esqueceu?
- Eu to aqui na frente, vem abrir a porta pra mim.
- Ah Rê, eu quero dormir.
Ouvi ela falar com alguém.
- To subindo aí, o tio deixou eu entrar.
3 minutos depois ela estava batendo na porta.
- Ta aberto, entra sem fazer barulho - falei alto de mais.
Renata entrou e sem falar mais nada pulou na minha cama em cima de mim.
- Bom dia princesa - falava animada.
- Você ta me machucando Rê.
- To nada - me deu um beijo demorado na bochecha - tava com saudade de você.
- Mas a gente se viu hoje de manhã na aula.
- Pra mim parece ser uma eternidade.
- Fala baixo que a Carol ta dormindo.
- Oi Carol - gritou.
- Oi pra você também Rê - respondeu rindo.
- Viu só, você acordou ela, agora sai de cima de mim.
- Ah, não menospreza meu abraço.
- Não to menosprezando nada, você que está me sufocando - tentava empurrá-la, mas ela se segurava firme em mim.
- O que nós vamos fazer hoje? - ela estava animada, pelo visto não ia ser pouca coisa para conseguir tirá-la dali.
- Eu vou dormir e suspeito que Carol também - falei pedindo apoio a ela com os olhos.
- Eu acho que vou pra casa Manu, já ta na minha hora, ainda consigo pegar um ônibus.
- Ta muito tarde pra você ir.
- Não ta não Manu, mesmo, eu prefiro ir pra casa, não to muito animada por baladas hoje.
Depois de me dar um beijo, no que pode me alcançar pois Renata permaneceu deitada por completo por cima de mim, saiu do quarto fechando a porta delicadamente.
- Agora que estamos só eu e você aqui, quero fazer uma proposta pra você.
- Ih, lá vem.
- Manu desde quando você não confia em mim?
- Eu confio, você não me deixa respirar só isso!
Ela foi um pouco para o lado, não o suficiente para sair de cima de mim, mas o bastante para me deixar respirar novamente.
- Vamos sair eu e você.
- Mas a gente sempre sai, não sei o que tem de novo nisso - sorri virando-me para ela.
- Ah, vamos jantar então. Eu pago, tipo um encontro.
Soltei uma gostosa gargalhada.
- Encontro? Você andou se drogando?
- Não Manu, porque, pra quere sair com você só estando drogada?
- Não, mas pra você me propor uma coisa dessas sim!
- Você acha que eu sou um monstro né?!
- Não - sorri.
- Deixa eu levar você para jantar?
- Mas olha a hora que é.
- O que tem? Eu conheço vários lugares que a gente poderia jantar agora.
- Eu não to com fome Rêzinha querida, vamos dormir?
- Então eu posso dormir aqui?
- Dorme ali na cama da Débora, nesse final de semana que ela não estará em casa.
- Mas eu quero ficar com você.
- Mas você ficará bem perto de mim - sorri.
- Se é pra eu ficar eu vou dormir com você.
- Desde que você não ronque - ri.
- Não roncarei, prometo - sorriu de volta.
Entrou para baixo das cobertas comigo, ficou me olhando.
- Que foi?
- Nada.
Apaguei a luzinha da cabeceira. Pouco mais de dois minutos depois.
- Manu.
- Que?
- A gente não vai... ?
- Vai o que?
Se aproximou mais de mim passando seu braço por cima de mim me abraçando. Se inclinou para seu rosto ficar mais próximo do meu.
- Vai o que sua louca?!
Me beijou o pescoço passando sua mão por baixo da minha blusa.
- Você está louca? - repeti rindo. Tirei sua mão de mim.
- A gente vai dormir Renata!
- Sério?!
- Claro que sim.
- Mas pelo menos eu vou dormir abraçada em você - riu se aconchegando em mim.
- Não tenho muitas opções mesmo né?!
- Não.
Assim dormimos. Renata vez por outra tentava alguma coisa mais ousava, mas a cortava antes mesmo de começar. Ela ria. Me tirou o sono. Ficamos conversando o resto da noite sobre qualquer coisa, nada de muito importante. Mas ainda assim, dormimos. Na verdade ela, não eu.

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