sexta-feira, 26 de junho de 2009

Não(sim)

A casa por dentro era maior do que parecia. A esquerda ficava uma sala enorme, com sofás rústicos cor de ferrugem, com uma televisão que ocupava um terço da parede, havia uma mesinha de centro enfeitada com uma caixinha que suspeitei ser de colocar cartas. Praia sem truco não é praia. A direita mais para o fundo ficava a cozinha. Tinha uma mesa enorme onde várias pessoas poderiam comer. Uma geladeira que com certeza caberiam todos nossos milhares de litros de cerveja para congelar. Havia uma escada feita de madeira que subia para o segundo andar. Avistei ainda no térreo um banheiro, que por cima percebi ser muito bem decorado.
- Subam por aqui - disse Carol passando por mim carregando três mochilas ao mesmo tempo - Temos quatro quartos, vocês se viram dividindo como fica melhor. Eu vou pra este - apontou para o do fundo a direita - com a minha mulher. Neste momento Má soltou seu primeiro sorriso do dia.
- Acho bom o Leo e o Paulinho ficarem nesse outro, em frente ao meu que tem cama de casal. Os outros tem beliche e colchões. Fiquem a vontade que eu vou namorar. Fez uma cara de safada que Má não havia visto e empurrou-a gentilmente para dentro do quarto, fechando a porta. Ouvi o clic da chave girando na fechadura. O quarto ao lado do de Carol era muito pequeno, havia um beliche e um enorme guarda-roupas.
Antes que alguém abrisse a boca, Luiz soltou.
- Como eu conheço a Carol a mais tempo, eu dormirei aqui. Tenho direito de escolher - falou sorrindo simpaticamente para todos.
- Já que é para segregar eu vou junto com você - falou Maurício piscando maliciosamente para mim.
No quarto que havia sobrado para as 4 meninas havia um único beliche, um colchão de casal e um colchão de solteiro no chão ao lado. Mais nenhuma cama.
- Eu durmo em cima - falou Déia subindo em cima da cama. Ergueu as mãos em gesto de vitória.
- Podemos colocar um colchão de casal no chão e duas dormem aqui - apontou para a pilha de colchões - e outra dorme na cama de baixo - concluiu Renata.
Quem dormiria na cama de casal?
- Eu durmo no chão, não tenho problemas com isso - falei dando com os ombros.
Vi que Renata já havia aberto a boca, mas Yumi falou primeiro.
- Não posso dormir embaixo no beliche, tenho rinite, vou passar o tempo inteiro espirrando - sorriu.
Renata fechou um pouco a cara, mas disse por fim - Ta eu durmo embaixo então.
Déia me olhou estranhamente, fazendo um gesto que não identifiquei.
Então teria que dividir a cama com Yumi? Isso era tortura de mais para uma pessoa só. Mas dividir uma cama com Renata era confusão na certa, porque percebi que suas intensões eram bem mais fortes do que eu estava pensando, quando ela depois de nos acomodarmos colocando as roupas no armário me puxou para um canto.
- Rinite é? - sorriu maldosamente.
- Ué, vai saber - olhei-a nos olhos.
- Eu ainda não desisti de dar mais um beijo em você, sem Yumi aparecer para atrapalhar - falou se aproximando de mim. Me encurralou contra o balcão da cozinha.
Déia acabara de descer as escadas falando. Nem percebera o que estava acontecendo. Me desvencilhei de Renata.
- e então você vai comigo Manu ou não?
Nem havia escutado o que ela dissera, mas concordei para sair de perto de Renata.
- Pra onde vamos mesmo? - perguntei quando começamos a descer a pequena ruazinha que ficava a direita da casa da Carol.

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