Só isso.

- Meninas, está não hora de acordar! - falou uma voz vinda de trás da porta - daqui a meia hora acaba nossa diária.
Abri meus olhos e vi o rosto de Luciana perto do meu. Ela ainda estava dormindo. Era impossível não comparar ela e Patrícia. Patrícia era linda enquanto dormia. Luciana era sexy. Era incrível como que ela conseguia fazer tudo parecer sexy. Ainda estávamos sem roupa. Fiquei fitando-a durante alguns segundos. André gritara de novo, perguntando se alguém já tinha acordado. Quando respondi, Luciana acordou.
Abriu os olhos vagarosamente, ao me ver, sorriu.
- Manu, eu só tenho uma coisa pra te dizer - ainda sorrindo.
- O que?
- Uau - e soltou uma gostosa gargalhada.
Era isso que eu tinha agora com Luciana. Sexo, e só isso. Na verdade acho que nunca tivemos nada além disso, eu que achava que um dia já tinha amado ela.
Enquanto colocava minhas roupas vi pelo espelho que havia um chupão enorme no meu pescoço, que merda, pensei.
Estava fechando meu sutiã, quando Luciana apareceu atrás de mim ainda nua, e encostou-se em mim.
- Manu, peraí, vai, não coloca isso não - falou manhosamente enquanto tentava abri-lo novamente. Beijou minha nuca, senti meus cabelinhos se arrepiarem.
- Ai gatinha, deixa disso, o Dé já ta puto com a gente.
Virou-se para minha frente. Olhei seu corpo nu bem diante de mim. Ela sorriu, encostou-se em mim me beijando. Na verdade, passara a língua devagarzinho sobre meus lábios. Seus olhos eram selvagens, demonstravam um desejo 24 horas por dia. Segurou minha mão esquerda e a trouxe para o meio de suas pernas. Ela mordeu os lábios, meus dedos escorregaram facilmente...
Dentro do carro fiquei pensando sobre sexo. Não sobre a noite, mas sobre ele em si. Como é fácil transar com pessoas que você já conhece, que você já teve relações. As coisas estão ali, no mesmo lugar, você já sabe o que ela gosta, ela já sabe do que você gosta. Não tem erro, é um campo seguro, é um campo onde você tem as rédeas sem medo. Era algo certo. Com a Luciana sempre dava certo. E incrivelmente sempre era bom, não tinha TPM, não tinha dias, não tinha nada. Mas era só isso. E o fato de não ter nada além disso me incomodava um pouco. Mas provavelmente não nos veríamos de novo tão breve assim. Em pouco tempo já esqueceria tudo que acontecera.
Chegando em casa tomei um banho demorado. Vi pelo espelho que minhas costas estavam arranhadas e deixei escapar um riso meio nervoso. Não gostava muito dessas coisas, de ter marcas de uma noite de sexo. Isso me soava muito selvagem, muito animal.
Entrei no quarto e Débora estava dormindo. De certo havia tido uma noite longa também.
Não conseguia dormir, estava muito quente e ainda sentia o gosto de Luciana em mim. Tinha me prometido desde a despedida que não ficaria mais com ela. Não que me fizesse mal, mas porque talvez ela achasse que eu queria continuar algo que para mim já era definitivamente terminado.