As tais coisas legais

- O que você ta fazendo aí nesse frio? - ouvi a voz de Déia se aproximando. Consegui enxergar ao lado do meu pé - que estava coberto com a rede - seu rosto.
- Tava pensando.
- O que foi aquele ataque de ciúmes hoje de tarde aqui no quarto? - e disse chega-pra-lá deitando-se ao meu lado, me abraçando.
Me acomodei melhor na rede. Seu corpo estava praticamente todo em cima do meu, só seu rosto que estava ao lado do meu.
- Não sei, não foi ciúmes, ta louca?
- Não foi?
- Não.
- Pois então me pareceu uma briga de casal.
- Cadê elas?
- A Dani foi dormir lá na casa da Jéssica.
Senti meu estomago diminuir, parecia que estava sumindo dentro de mim.
- Sério?
- Sim, e tudo culpa de você, ela não quis atrapalhar. Você deu uma de besta, porque antes elas dormindo aqui do que lá.
- Ah! Como se eu quisesse ver ela ficando com a Jéssica.
- Mas pelo menos você podia impedir delas fazerem outras coisas né?
- Mentira que você ta falando sério?!
Soltou uma gostosa gargalhada.
- Claro que eu to brincando, mas eu aprendi uma coisa nessa minha vida, a gente trata os inimigos bem de perto.
- A Jéssica não é minha inimiga. Eu apenas não gosto dela.
Não contive meu riso.
- Onde você se meteu hoje de tarde? Fiquei preocupada. Yumi também, mas não quis parecer. Cheguei a sair e procurar você pelo centro, mas desisti quando começou a chover.
- Choveu hoje?
- Sim, umas gotinhas.
- Que fresca que você é, nem vi chover.
- É, talvez eu voltei atrás porque vi uma menina que ficou me dando bola do outro lado da rua - confessou sorrindo abertamente.
Me olhou nos olhos mais uma vez pousando sua mão sobre minha barriga. Seu olhar estava fixo em mim.
- Posso te perguntar uma coisa?
- Claro - respondi.
- A gente se beijou hoje de manhã?
Senti um leve desconforto por lembrar das tantas coisas que fizera naquela madrugada, ou justamente por não conseguir lembrar de certas coisas.
- Acho que sim né? - sorri amigavelmente - Porque?
- Eu queria saber se eu tava sonhando ou não - seus olhos desceram para minha boca.
- Só se a gente sonhou a mesma coisa - sorri.
Ela sorriu de volta.
- Que pena que então foi só um sonho.. - passou seus dedos pelos meus lábios - porque foi um sonho maravilhoso. Passou sua língua umidecendo sua boca. Aproximou sua boca da minha, deixando que sua respiração fosse sentida por mim.
- No meu sonho eu beijava sua boca - seus dedos ainda estavam sobre meus lábios, contornando-os.
- É..?
Concordou sorrindo.
- Engraçado que eu também sonhei uma coisa parecida - falei. Sonhei que além da gente se beijar - encostei minha boca na dela. Senti seus lábios úmidos nos meus. Sua língua rapidamente encontrou a minha, num beijo intenso e decidido.
- sonhei também - falei em meio dos beijos - que a minha mão fazia assim - desci minha mão pela sua cintura, entrando com meus dedos por de baixo de suas roupas. Encostei na sua barriga. Ela soltara um suspiro baixinho, sorrindo. Encontrei seu sutiã. Sua mão que estava sobre minha cintura, desceu para o meio das minhas pernas. Nossos beijos ganhavam intensidade. Ficavam mais carnais e toda a forma possível de carinho se transformara em puro desejo físico. Abri seu sutiã enfim podendo sentir seus seios nús. Nos entrelaçamos entre mãos, beijos e abraços. Beijou meu pescoço, mordendo-o e chupando-o. Sua respiração acelerada estava próxima do meu ouvido, instintivamente abri o botão da sua calça, descendo o zíper. Me mordeu mais forte quando minha mão encaixou por baixo entre suas pernas.
Quando enfim o dia estava amanhecendo Déia com muito frio foi para o quarto.