Ou é isso, ou é isso.

- Porque as meninas saíram? - falei tentando puxar algum outro assunto, estava nervosa.
- De certo porque já é tarde e como você mesma disse, estão com fome - mudou seu tom de voz, ficou um pouco menos brincalhão, mas seus olhos continuavam mirando para a mesma direção, eu.
- É, acho que vou acompanhar elas então - falei já quase sentando na cama.
Yumi me segurou, puxando de volta para o lado dela.
- Calma aí Manuzinha.
Ficou com seu braço esquerdo sobre mim, me segurando. Aquilo estava me perturbando, se ela continuasse assim tão perto, continuasse com sua mão sobre mim, eu não conseguiria mais me controlar e partiria para cima (!).
- Termina a massagem vai, só mais um pouquinho - disse fazendo beicinho.
Eu não ia resistir. Era melhor eu sair antes que tomasse uma atitude não planejada (mas talvez necessária).
- Ah, to cansada Yumi...
- Por favor - virou-se completamente para mim - eu faço em você depois.
Soltei um riso nervoso. Ai meu Deus.
- Ta.. - falei fingindo contragosto.
- Mas você vai ter que fazer uma massagem direito, não isso que você tava fazendo - riu deitando-se novamente de bruços.
- Nossa que bom saber que você não gostou da minha massagem...
- To brincando com você, ta ótima, mas podia ser em tudo, mais pra cima.
Meu corpo deu uma leve tremida que suspeitei ser psicológica. Em tudo, mais pra cima? Ai céus, pensei me torturando.
Mas se era para apelar, que apelasse. Se era porque ela mesma estava me pedindo, então que me fizesse de sua serviçal (eu estava virando brega, mal presságio).
- Por baixo né?! - disse enquanto eu subia minha mão por cima de seu moletom. Tentei colocar minha mão por baixo de sua roupa, mas o casaco era justo de mais para isso.
- Tira esse casaco então - falei, escorando minha cabeça com a mão, deitando de lado, de frente para ela. Ela sentou-se. Não conseguia enxergar direito, afinal com a porta completamente fechada aquele fino feixe de luz não entrava mais, mas do que pude ver, foi uma cena pavorosamente (!) sexy. Pavorosa porque já estava quase subindo pelas paredes ao ver Yumi, alí do meu lado, abrindo o zíper de seu casaco, tirando-o e tocando-o para o lado. Eu pensei e mais do que isso, desejei que ela tirasse tudo, para facilitar a tal "massagem". Sorri para mim mesma, ela nem percebeu. Deitou-se novamente.
Eu definitivamente precisava de sexo, anotei mentalmente.
- Alí do lado tem um edredon, me cobre que ta frio.
- Que menina mais preguiçosa - falei ainda olhando para o seu corpo.
- Carreguei vinte litros de cerveja nas costas até chegar aqui para vocês todos beberem, então acho que isso é uma demonstração de agradecimento pela minha boa vontade.
Eu que não ia contestar absolutamente nada. Nos cobrimos, afinal já era noite fechada e a temperatura parecia cair vertiginosamente. Não naquele colchão, não com Yumi tão perto de mim, mas sentia passar pela persiana um vento gélido que vinha da rua. Cheguei um pouco mais perto dela pois o cobertor era de solteiro (sabe?). Sua mão esquerda encostou na minha coxa pois seu braço estava esticado em minha direção. Não me mexi. Yumi permaneceu parada. Meu coração batia forte descontroladamente. Cheguei um pouco mais perto dela, meu corpo todo encostou no seu. Coloquei minha mão debaixo da coberta, desci pelas suas costas até encontrar a sua pele, perto da sua cintura. Forcei delicadamente minha mão para por baixo de sua blusa. Yumi mordeu o canto da boca. Seus olhos estavam fechados, mas via em sua expressão (no pouco que conseguia enxergar) que ela respondia a cada novo toque meu. Meus dedos chegaram ao seu sutiã. Quase o abri instintivamente. Até onde eu lembrava, todas as vezes que eu havia encostado em um sutiã de alguém, fora para abri-lo (horrível). Desta vez tive que me conter. Continuei o caminho subindo para os seus ombros. Ela parecia estar gostando de tudo, não falava nada, às vezes deixava escapar um suspiro alto. Aquilo estava me extasiando. Estava difícil de controlar meus movimentos. Sua mão continuava encostada em minha coxa, um pouco abaixo da altura da cintura. E ela, continuava alí sem nem mesmo pretensão de sair. Minha mão voltou novamente para o seu sutiã. Não, se acalma Manuela, não iria abri-lo, mas deixei meus dedos passarem por baixo da tira. Meu coração? Eu não sentia mais, minha respiração estava difícil de segurá-la e mantê-la calma. Yumi só podia estar de brincadeira comigo, que amiga hetero fazia isso com a outra? Pelo amor de Deus, ela só podia estar brincando. Mas ela continuava imóvel, tirando sua boca que tinha um sorriso. Seu rosto estava virado para mim, muito próximo do meu. Instintivamente aproximei meu rosto do seu, cuidando para abortar a missão caso ela demonstrasse qualquer movimento de desaprovação pela minha atitude. Mas ela continuou ali. E não havia maneira dela não ter percebido que eu estava mais próxima de seu rosto, pois eu sentia a sua respiração batendo perto da minha boca, logo ela também sentia a minha (pura matemática). Mas ela não se movera, entendi assim que não tinha problemas. Dei autonomia a minha mão, deixando-a que fosse em direção ao seus seios, mas não encostei neles. Não iria fazê-lo assim, tão radicalmente, afinal meus dedos ainda estavam por baixo de seu sutiã. Deixei que minha mão escorregasse pela lateral do seu corpo, acompanhando a curva que ele fazia em direção a sua barriga. Senti que seu corpo se contraíra um pouco quando meus dedos chegaram na altura de seu umbigo. Yumi só se mexeu quando minha mão tentou ir ai encontro um pouco abaixo de seu umbigo, possibilitando que eu passasse meus dedos por cima do seu ossinho lateral da bacia, encaixando-os entre seu umbigo e ele. Queria continuar aquele caminho, deixar que minha mão fizesse o que ela queria fazer, o que ela tentava na verdade. Estava em um dilema, ou deixava-me levar pelo minha vontade ou parava por ali.
Não pude escolher, naquele instante abriram a porta e aquela luz insuportavelmente forte atingiu meus olhos, me deixando atordoada.